
Os fortes se vingαm, os frαcos perdoαm, e os
inteligentes simplesmente ignorαm.
Saiba como é formada a personalidade dos gatos e o que a influencia, com as explicações de Alexandre Rossi:
Quem convive com gatos sabe: eles têm inteligência e personalidade. Essas características, que eram consideradas exclusivas dos humanos?, foram constatadas nos gatos por estudos e pesquisas feitos por cientistas nas últimas décadas. A maioria dos trabalhos ocorreu na Inglaterra, onde grande parte da população adora esses felinos. O objetivo foi identificar o que determina a personalidade dos gatos e como ela é influenciada pelo meio em que vivem.
Com o intuito de simplificar o entendimento, o renomado cientista britânico Bradshaw sugere agrupar em quatro categorias os tipos de personalidade dos gatos:
1. Gato comunicativo (por meio de miados) ou silencioso: define-se pela frequência de miados emitidos e pelas ocasiões em que eles ocorrem. Alguns gatos miam raramente. Outros são extremamente “comunicativos”.
2. Gato alerta ou desatento a novos estímulos: levam-se em conta as reações a qualquer barulho ou estímulo. O gato alerta reage a tudo o que acontece à sua volta.
3. Gato amigável ou não amigável: observam-se as reações do gato a pessoas e a outros animais com os quais tenha sido sociabilizado.
4. Gato curioso ou não curioso: conclui-se verificando a reação às novidades. O gato curioso examina tudo que é novo. A curiosidade dos gatos medrosos se torna mais evidente depois que o medo passou.
Um estudo sobre a personalidade de 1.853 gatos britânicos, feito pela The UK's Feline Advisory Bureau (FAB), constatou que:
- 16% deles gostam de andar de carro e 50% odeiam!
- cerca de 80% gostam de cat nip (erva do gato).
- 44% buscam e devolvem bolinhas, brinquedos e outros objetos atirados por seus proprietários.
Será que os gatos brasileiros são diferentes dos britânicos? Provavelmente sim. Basta haver uma participação diferente das raças no total da população de gatos e os resultados estatísticos mudam. Além disso, fatores como a genética e a maneira de criar podem influir na variação, já que esses dois componentes estão sujeitos a peculiaridades locais.
Influência genética
Gatinhos criados de modo idêntico podem ter personalidades completamente diferentes. A predisposição para interpretar experiências e acontecimentos nasce com o gato, ou seja, sofre influência genética bastante expressiva. Se um exemplar medroso e introvertido pode considerar péssima a experiência de ser cheirado por um cão, outro, curioso e extrovertido, pode achá-la agradável. Embora ambos tenham passado pelo mesmo acontecimento, o exemplar extrovertido associará o cão a algo positivo enquanto que o medroso o associará a algo negativo. A memória formada por esse acontecimento atuará, portanto, de maneira diferente sobre a personalidade de cada um desses felinos.
Influência da criação
As maiores mudanças da personalidade do gato acontecem em determinadas fases da infância, quando ele fica mais sensível para o aprendizado. Por exemplo, o filhotinho observa as reações da mãe e tende a “copiá-las”. Entre as duas e as oito semanas de vida, vem o período da sociabilização primária, no qual há muita influência do meio ambiente e da maneira como ocorre a relação com as pessoas e os animais. É comum que, depois de terminada essa etapa, o gato passe a evitar as situações novas e demonstre estresse em ambientes desconhecidos. Mas a formação da personalidade é um processo contínuo, durante toda a vida. Pode bastar uma única experiência aterrorizante, ocorrida em qualquer fase, para haver uma alteração marcante da personalidade.
Por que os gatos têm personalidade?
Às vezes os gatos são adorados pelas pessoas, às vezes são odiados. Há situações em que eles precisam proteger a área de caça e outras em que precisam compartilhar o alimento abundante. O tipo de personalidade, vantajoso em um ambiente, pode ser péssimo em outro. Por exemplo, um gato territorialista e “antisocial” garante com poucas brigas a área de caça numa mata, o que pode ser extremamente vantajoso. Mas, num lugar superpovoado por gatos e com alimento à disposição, tentar expulsar os demais será perda de tempo, de energia e de saúde.
Adaptar-se a situações extremamente diversas sempre foi uma necessidade dos gatos. Graças às diferentes personalidades, em cada ninhada há maior possibilidade de pelo menos um dos irmãos vir a se adaptar bem à vida que o futuro lhes reserva.
Gatos são animais antissociais?
O gato doméstico é considerado por muitos um ser antissocial, capaz de se apegar somente ao território. Mas a grande maioria das pessoas que tem gato não concorda com essa idéia e defende a sociabilidade dos felinos com unhas e dentes. Quem está certo? Rossi fala da sociabilidade felina e de como influenciá-la
Como filhote de felino selvagem
Da mesma maneira que pode ser útil estudar o lobo para entendermos o cão, o felino selvagem pode nos ajudar a compreender melhor o gato doméstico. Diferentemente da maioria dos animais domésticos, o gato sofreu poucas alterações morfológicas e, provavelmente, poucas alterações comportamentais durante a sua domesticação. Estudos genéticos comprovam que o gato doméstico manteve grande parte das características selvagens de seus ancestrais. Acredita-se que o gato doméstico adulto seja mais sociável que o felino selvagem adulto por manter comportamentos de filhote de felino selvagem, como ronronar e movimentar as patas como se estivesse mamando.
Sociabilidade sem contato humano
Se o gato doméstico fosse um animal estritamente antisocial, seria de se esperar que, sem a influência humana, fosse completamente solitário. Mas não é o que se observa. Grande parte dos gatos, principalmente as fêmeas, reúne-se em grupos. Nessa situação, os cuidados na criação dos filhotes são compartilhados e, com isso, aumenta a chance de eles sobreviverem, conforme comprovam estudos científicos. Outro vínculo é o estabelecido por alguns gatos que formam duplas. Eles caçam em áreas próximas, brincam e dormem juntos. Esse vínculo, que acontece sem interferência humana, pode ocorrer entre machos, fêmeas e entre um macho e uma fêmea. Quando uma dupla é separada, alguns gatos param de se alimentar ou procuram o parceiro por vários dias.
A relação entre gato e ser humano
O gato se mostra mais independente do que o cão em relação aos humanos. Não é comum ver um gato seguindo uma pessoa como faz o cão, por exemplo. Alguns cientistas defendem a idéia de que os gatos se relacionam com o ser humano como se ele fosse outro gato. Nessa relação não existiria a subordinação comum ao relacionamento do cão com o homem. O gato trataria o ser humano como um igual. É interessante observar que não é possível estabelecer uma regra geral para a relação do gato com o homem, já que existem numerosos fatores que podem influenciar essa relação, tornando-a mais próxima ou mais distante.
Período crítico
O que ocorre entre a segunda e a sétima semana de vida do gato – período de sociabilização primária – influi profundamente no comportamento dele por toda a vida. É nessa fase que o gato deve ser socializado, aprendendo a conviver com o ser humano e com os animais com que terá contato a vida toda. Gatos podem desenvolver um bom convívio até com ratos!
Após o período de sociabilização primária, o gato apresentará uma grande dificuldade para interagir socialmente com qualquer outro animal a cuja convivência não tenha sido exposto.
Sociabilização com estranhos
Se quisermos que o gato seja sociável com estranhos devemos habituá-lo a diversas pessoas e não somente a seus proprietários. Estudos científicos demonstram que gatos que no período de socialização conviveram com apenas uma pessoa tendem a ser tolerantes com aquela pessoa específica, enquanto que gatos expostos nessa fase à convivência com quatro ou mais pessoas tendem a aceitar e interagir com qualquer estranho. Também influencia o comportamento dos filhotes a maneira como a mãe reage na presença de estranhos. Se ela foi bem sociabilizada, sua influência tende a ser positiva.
Tempo de interação
O comportamento do gato é influenciado bastante pelo tempo que foi manuseado durante a fase da sociabilização. Se ele recebeu apenas 15 minutos de manuseio por dia naquele período, provavelmente não procurará contato prolongado com os seres humanos. Já o contato tende a ser maior e o gato dorme mais facilmente no colo das pessoas se foi manuseado por mais de uma hora diária.
Efeito da personalidade
Cada gato é um indivíduo e pode reagir e se comportar de maneira diferente, mesmo tendo tratamento idêntico. Gatos mais tímidos precisam ser mais bem sociabilizados do que os mais extrovertidos. Grande parte da personalidade do gato é influenciada geneticamente. Portanto, o comportamento futuro dos filhotes também decorre do temperamento dos pais.
Com o intuito de simplificar o entendimento, o renomado cientista britânico Bradshaw sugere agrupar em quatro categorias os tipos de personalidade dos gatos:
1. Gato comunicativo (por meio de miados) ou silencioso: define-se pela frequência de miados emitidos e pelas ocasiões em que eles ocorrem. Alguns gatos miam raramente. Outros são extremamente “comunicativos”.
2. Gato alerta ou desatento a novos estímulos: levam-se em conta as reações a qualquer barulho ou estímulo. O gato alerta reage a tudo o que acontece à sua volta.
3. Gato amigável ou não amigável: observam-se as reações do gato a pessoas e a outros animais com os quais tenha sido sociabilizado.
4. Gato curioso ou não curioso: conclui-se verificando a reação às novidades. O gato curioso examina tudo que é novo. A curiosidade dos gatos medrosos se torna mais evidente depois que o medo passou.
Um estudo sobre a personalidade de 1.853 gatos britânicos, feito pela The UK's Feline Advisory Bureau (FAB), constatou que:
- 16% deles gostam de andar de carro e 50% odeiam!
- cerca de 80% gostam de cat nip (erva do gato).
- 44% buscam e devolvem bolinhas, brinquedos e outros objetos atirados por seus proprietários.
Será que os gatos brasileiros são diferentes dos britânicos? Provavelmente sim. Basta haver uma participação diferente das raças no total da população de gatos e os resultados estatísticos mudam. Além disso, fatores como a genética e a maneira de criar podem influir na variação, já que esses dois componentes estão sujeitos a peculiaridades locais.
Influência genética
Gatinhos criados de modo idêntico podem ter personalidades completamente diferentes. A predisposição para interpretar experiências e acontecimentos nasce com o gato, ou seja, sofre influência genética bastante expressiva. Se um exemplar medroso e introvertido pode considerar péssima a experiência de ser cheirado por um cão, outro, curioso e extrovertido, pode achá-la agradável. Embora ambos tenham passado pelo mesmo acontecimento, o exemplar extrovertido associará o cão a algo positivo enquanto que o medroso o associará a algo negativo. A memória formada por esse acontecimento atuará, portanto, de maneira diferente sobre a personalidade de cada um desses felinos.
Influência da criação
As maiores mudanças da personalidade do gato acontecem em determinadas fases da infância, quando ele fica mais sensível para o aprendizado. Por exemplo, o filhotinho observa as reações da mãe e tende a “copiá-las”. Entre as duas e as oito semanas de vida, vem o período da sociabilização primária, no qual há muita influência do meio ambiente e da maneira como ocorre a relação com as pessoas e os animais. É comum que, depois de terminada essa etapa, o gato passe a evitar as situações novas e demonstre estresse em ambientes desconhecidos. Mas a formação da personalidade é um processo contínuo, durante toda a vida. Pode bastar uma única experiência aterrorizante, ocorrida em qualquer fase, para haver uma alteração marcante da personalidade.
Por que os gatos têm personalidade?
Às vezes os gatos são adorados pelas pessoas, às vezes são odiados. Há situações em que eles precisam proteger a área de caça e outras em que precisam compartilhar o alimento abundante. O tipo de personalidade, vantajoso em um ambiente, pode ser péssimo em outro. Por exemplo, um gato territorialista e “antisocial” garante com poucas brigas a área de caça numa mata, o que pode ser extremamente vantajoso. Mas, num lugar superpovoado por gatos e com alimento à disposição, tentar expulsar os demais será perda de tempo, de energia e de saúde.
Adaptar-se a situações extremamente diversas sempre foi uma necessidade dos gatos. Graças às diferentes personalidades, em cada ninhada há maior possibilidade de pelo menos um dos irmãos vir a se adaptar bem à vida que o futuro lhes reserva.
Gatos são animais antissociais?
O gato doméstico é considerado por muitos um ser antissocial, capaz de se apegar somente ao território. Mas a grande maioria das pessoas que tem gato não concorda com essa idéia e defende a sociabilidade dos felinos com unhas e dentes. Quem está certo? Rossi fala da sociabilidade felina e de como influenciá-la
Como filhote de felino selvagem
Da mesma maneira que pode ser útil estudar o lobo para entendermos o cão, o felino selvagem pode nos ajudar a compreender melhor o gato doméstico. Diferentemente da maioria dos animais domésticos, o gato sofreu poucas alterações morfológicas e, provavelmente, poucas alterações comportamentais durante a sua domesticação. Estudos genéticos comprovam que o gato doméstico manteve grande parte das características selvagens de seus ancestrais. Acredita-se que o gato doméstico adulto seja mais sociável que o felino selvagem adulto por manter comportamentos de filhote de felino selvagem, como ronronar e movimentar as patas como se estivesse mamando.
Sociabilidade sem contato humano
Se o gato doméstico fosse um animal estritamente antisocial, seria de se esperar que, sem a influência humana, fosse completamente solitário. Mas não é o que se observa. Grande parte dos gatos, principalmente as fêmeas, reúne-se em grupos. Nessa situação, os cuidados na criação dos filhotes são compartilhados e, com isso, aumenta a chance de eles sobreviverem, conforme comprovam estudos científicos. Outro vínculo é o estabelecido por alguns gatos que formam duplas. Eles caçam em áreas próximas, brincam e dormem juntos. Esse vínculo, que acontece sem interferência humana, pode ocorrer entre machos, fêmeas e entre um macho e uma fêmea. Quando uma dupla é separada, alguns gatos param de se alimentar ou procuram o parceiro por vários dias.
A relação entre gato e ser humano
O gato se mostra mais independente do que o cão em relação aos humanos. Não é comum ver um gato seguindo uma pessoa como faz o cão, por exemplo. Alguns cientistas defendem a idéia de que os gatos se relacionam com o ser humano como se ele fosse outro gato. Nessa relação não existiria a subordinação comum ao relacionamento do cão com o homem. O gato trataria o ser humano como um igual. É interessante observar que não é possível estabelecer uma regra geral para a relação do gato com o homem, já que existem numerosos fatores que podem influenciar essa relação, tornando-a mais próxima ou mais distante.
Período crítico
O que ocorre entre a segunda e a sétima semana de vida do gato – período de sociabilização primária – influi profundamente no comportamento dele por toda a vida. É nessa fase que o gato deve ser socializado, aprendendo a conviver com o ser humano e com os animais com que terá contato a vida toda. Gatos podem desenvolver um bom convívio até com ratos!
Após o período de sociabilização primária, o gato apresentará uma grande dificuldade para interagir socialmente com qualquer outro animal a cuja convivência não tenha sido exposto.
Sociabilização com estranhos
Se quisermos que o gato seja sociável com estranhos devemos habituá-lo a diversas pessoas e não somente a seus proprietários. Estudos científicos demonstram que gatos que no período de socialização conviveram com apenas uma pessoa tendem a ser tolerantes com aquela pessoa específica, enquanto que gatos expostos nessa fase à convivência com quatro ou mais pessoas tendem a aceitar e interagir com qualquer estranho. Também influencia o comportamento dos filhotes a maneira como a mãe reage na presença de estranhos. Se ela foi bem sociabilizada, sua influência tende a ser positiva.
Tempo de interação
O comportamento do gato é influenciado bastante pelo tempo que foi manuseado durante a fase da sociabilização. Se ele recebeu apenas 15 minutos de manuseio por dia naquele período, provavelmente não procurará contato prolongado com os seres humanos. Já o contato tende a ser maior e o gato dorme mais facilmente no colo das pessoas se foi manuseado por mais de uma hora diária.
Efeito da personalidade
Cada gato é um indivíduo e pode reagir e se comportar de maneira diferente, mesmo tendo tratamento idêntico. Gatos mais tímidos precisam ser mais bem sociabilizados do que os mais extrovertidos. Grande parte da personalidade do gato é influenciada geneticamente. Portanto, o comportamento futuro dos filhotes também decorre do temperamento dos pais.