
O dia nasce ensolarado
E eu parado no tempo ao vento
Sentado pensando
Em como não pensar na vida, dolorida.
As pessoas passam com pressa
Desviam de mim sem me notar
Cai uma lágrima, uma mosca.
Perturba minha paz, sem paz.
Mas para mim tanto faz
Ter ou não ter paz
No passado até a tinha
Hoje, não sei o que é isso.
Nem mesmo sei quem sou
Um andarilho, um perdido um falido.
Ou quem sabe um homem
Brincando de ser infeliz
Levanto-me e caminho sem rumo
Deixando o destino
Indicar a direção
Olho para trás está tudo igual
Como na minha frente
Então paro novamente
Enxugo o suor do rosto
E tomo um gole de aguardente
Que trago na mucuta a tiracolo
Olho para o Sol e pergunto
Qual de nós dois é mais solitário?
Sem nenhuma resposta
Prossigo pensando.
Se Deus deu o Sol para todos
Ele é meu também
Então não posso dizer
Que não tenho nada
E quanto custa o Sol?
Se custasse pouco
Deus daria um Sol para cada um
Ai do um sorriso sarcástico
E me pergunto:
Que briga seria da humanidade!
Cada um acharia
Que seu sol fosse mais valioso
Haveria uma guerra
Uns querendo apagar o Sol do outro
E o mundo estaria na escuridão
Só a lua e as estrelas brilhariam
Mas nunca seria como o Sol
Só existe um, é como eu.
Depende de mim brilhar também
Deus é justo e perfeito
Nós é que somos insatisfeitos
Tomo mais um gole de aguardente
E saio contente sorrindo
Deixando que o Sol me queime
O dia sucumbe
E o Sol no horizonte
Acena para mim, até amanhã.
E na esperança de ver o Sol novamente
Adormeço feliz, sonhando com a fé
De ser um Sol
Para mim mesmo
Ai serei um brilho na sociedade
Obrigado Deus
Obrigado Sol.
(AUTOR: JOÃO GOMES DA SILVA)
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